Domingo
30 de Junho de 2024 - 

Controle de Processos

Insira seu usuário e senha para acesso ao software jurídico

Notícias

Newsletter

Cadastre seu e-mail para receber informações, curiosidades e atualizações.

Previsão do tempo

Segunda-feira - Itajaí, ...

Máx
31ºC
Min
22ºC
Parcialmente Nublado

Terça-feira - Itajaí, S...

Máx
31ºC
Min
24ºC
Parcialmente Nublado

Segunda-feira - Piçarras...

Máx
31ºC
Min
23ºC
Parcialmente Nublado

Terça-feira - Piçarras,...

Máx
30ºC
Min
23ºC
Parcialmente Nublado

Webmail

Clique no botão abaixo para ser direcionado para nosso ambiente de webmail.

Oficina foca na importância do ouvir para solucionar conflitos fundiários na Justiça

A empatia, o exercício da compreensão e da paciência, fundamentais na construção de soluções para disputas pela terra, estão no foco de evento que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) iniciou nesta quinta-feira (27/6) e realiza até a sexta-feira (28/6). Representantes de tribunais de todo o País lotaram o auditório do CNJ, em Brasília, para a abertura da 1ª Oficina de Soluções Fundiárias. O evento reúne experiências no tratamento de ações que envolvam despejos ou reintegrações de posse, em imóveis de moradia coletiva ou de área produtiva, em imóveis urbanos ou rurais. O presidente do CNJ, ministro Luís Roberto Barroso, em vídeo, abriu a I Oficina de Solução de Conflitos. FOTO: Luiz Silveira/Ag. CNJ A expertise do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), que conta com Comissão de Soluções Fundiárias (CSF) desde 2019, foi tema do painel de abertura da oficina. O sucesso dessa forma de lidar com os conflitos fundiários subsidiou o julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 828 pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em junho de 2021. A decisão suspendeu temporariamente as ordens de remoção e despejos de áreas coletivas habitadas ocupadas antes da pandemia e perdurou até outubro de 2020. “O projeto piloto do Paraná despertou o interesse em Harvard e inspirou a decisão na ADPF”, disse, por meio de vídeo, na abertura da oficina, o presidente do STF e do CNJ, Luís Roberto Barroso, que atuou como relator do caso. A abertura do evento contou com a presença do conselheiro José Rotondano, que coordena o Comitê Executivo Nacional de Soluções Fundiárias do CNJ, e do conselheiro do CNJ João Paulo Schoucair. O órgão publicou, em 2023, a Resolução n. 510/2023, para regulamentar a criação das comissões de soluções fundiárias pelas instituições do Poder Judiciário e instituir diretrizes para a realização de visitas técnicas a áreas objeto de litígio possessório. Famílias impactadas O painel sobre a experiência da Comissão de Soluções Fundiárias do TJPR foi apresentada pelo des. Fernando Prazeres (esq.) e por Patrícia Elache Canela (dir). Ao centro, está a juíza auxiliar da Presidência do CNJ Fabiane Pieruccini Foto: Luiz Silveira/Ag. CNJ O presidente do CSF do TJPR, desembargador Fernando Prazeres, e a secretária da comissão, Patrícia Elache Canela, expuseram o método de trabalho que adotam e resultou, nos último cinco anos, na participação em 95 mediações, das quais 34 já apresentam resultados positivos. Esse trabalho impactou a vida de mais de 23 mil famílias, ocupantes de áreas sob litígio que receberam 253 visitas técnicas para orientar a busca de soluções por meio de ações de mediação. No Paraná, o trabalho evidencia a importância das visitas técnicas aos locais de ocupação. “Elas são o coração da nossa comissão”, diz a secretária da CSF do TJPR. Para o método de trabalho funcionar, os participantes recebem um protocolo com explicações a respeito do propósito dessas ações e que esclarece quanto a comportamentos. Há recomendações quanto à restrição a fotos e ao uso de sapatos confortáveis, adequados para caminhadas longas e para o piso de terra. “Com a nossa atuação, aprendemos, por exemplo, que o uso das palavras invasor e invasão é pejorativo”, lembra Patrícia. O modo inadequado na condução de questões relacionadas a conflitos fundiários pode culminar em violência e na remoção de famílias sem a adequada destinação, como o próprio tribunal estadual paraense verificou em três desocupações feitas entre 2017 e 2019. “Não havia preocupação em como a decisão judicial seria cumprida, nem com as suas consequências”, conta o desembargador Prazeres, que pôde testemunhar reintegrações de posse. “Fiquei me questionando sobre como deve ser o cumprimento das ordens, se deveríamos nos preocupar com as consequências socioeconômicas das nossas decisões e cheguei à conclusão que precisava conhecer as áreas de conflito e as pessoas envolvidas.” Contexto A percepção da complexidade das situações despertou para a importância do contexto dos envolvidos nos conflitos. “Ficamos convencidos da necessidade de conhecer o local e as pessoas, de saber por que elas aceitaram se submeter a condições de tão extrema vulnerabilidade”, explica Prazeres. “Com a aplicação de técnicas adequadas de mediação e a participação de agentes externos, as soluções vieram de maneira natural e positiva”, explica o desembargador. “Conseguimos dar um pouco mais de dignidade depois que identificamos necessidades básicas, a escuta coletiva está no âmago do processo, a capacidade de ouvir, de demostrar empatia.” A 1ª Oficina de Soluções Fundiárias seguirá até final da tarde de sexta-feira (27/6). A programação prevê mais sete painéis, além da apresentação feita pelas pesquisadoras e o aluno da Universidade de Harvard, dos Estados Unidos, na tarde desta quinta. Duas professoras e um aluno participaram presencialmente da Oficina e apresentaram os resultados da pesquisa de campo realizada desde outubro de 2023, quando visitaram o Paraná a fim de conhecer a experiência do tribunal na mediação de conflitos fundiários. Texto: Luís Cláudio Cicci Edição: Sarah Barros Agência CNJ de Notícias Número de visualizações: 30
27/06/2024 (00:00)
© 2024 Todos os direitos reservados - Certificado e desenvolvido pelo PROMAD - Programa Nacional de Modernização da Advocacia
Pressione as teclas CTRL + D para adicionar aos favoritos.